Olá,
Bom, esse é o meu primeiro mês de estágio no Museu de Arte Contemporânea de Niterói no RJ numa jornada de trabalho que me faz perder meus preciosos finais de semana. Mas não é esse o motivo da postagem, o que pretendo é dar meu depoimento sobre arte contemporânea que estou podendo observar bem de perto, estarei sempre postando alguma novidade de lá.
Para quem não conhece ainda o museu vale muito a pena ir e admirar a arquitetura de uns dos principais arquitetos do Brasil e do mundo, Oscar Niemeyer. Isso sem falar na vista do Rio, cidade maravilhosa, que é belíssima.
Uma coisa que descobri e fiquei surpresa é que o formato do museu não é uma nave espacial que todos pensam. Oscar Niemeyer projetou o museu pensando em algo orgânico, no caso, uma flor e de Lotos. Pois pelo que parece ele queria homenagear os egípcios e que a obra levantasse do chão com uma única estrutura de sustentação que fica no centro do Mac.
A maioria dos visitantes é turista que vai mais para tirar foto do museu deixando a exposição do acervo passar despercebida. O mais engraçado disso tudo é o figurino dos gringos pedindo para serem assaltados (infelizmente essa é a realidade) bermuda, blusa florida, chapéu de palha e uma mega câmera no pescoço.
Alguns fazem cara do tipo que entendeu tudo sobre a obra do artista outros passam direto como se estivessem dentro de um shopping. Eu sei que é difícil entender as obras realizadas por alguns artistas contemporâneos, mas não nada fazer um esforço? Por exemplo, nessa obra do Ernesto Neto, são meias de náilon e chumbo dentro e o título é Passo (feita em 1988),vai entender? Mas para o artista tem uma explicação:
"Encontrei nas meias uma espécie de pele que, além de limitar os elementos orgânicos representados pelas bolinhas de chumbo, estabelece um contato com o mundo exterior. Ao mesmo tempo, ao introduzir as bolinhas na meia, traço um paralelo com a fecundação e a fertilidade... Na relação entre o homem e a mulher há o filho, a família, que no meu trabalho é algo muito importante... a fusão gerando uma outra partícula é esse relacionamento de fusão que me interessa."
O pior de tudo é quando os visitantes cismam que tem tocar na obra. Será que com isso a obra vai transmitir por osmose alguma coisa? Não sei, mas toda hora preciso falar: -“Senhor (a), por favor, não toque na obra”
É o que acontece nessa obra da artista Nazareth Pacheco. Todos querem tocar. Não façam isso! São agulhas de verdade e machucam.
Até a próxima =)
Até a póxima!
